Ensinar que é preciso ter mais responsabilidade.
Esse é o ponto em que muita gente terá mais dificuldade. Durante anos, em plena correria do dia a dia, muitos pais “compraram uma cota de sossego” ao darem aos seus filhos uma série de equipamentos eletrônicos. Esses equipamentos garantiam o sossego à noite, após um longo e cansativo dia de trabalho. Só que, acompanhando esse sossego vinha a falta de diálogo e o uso dos eletrônicos no lugar de qualquer tarefa doméstica, imposição de alguns limites e, principalmente, atividade que exigisse mais músculos do que os dos dedos das mãos. Quando veio a pandemia a ociosidade não passou a ser somente a noite, mas durante o dia também e nós contribuímos e muito para isso.
Atenção, não estamos mais falando do momento da pandemia brava, onde todos estavam confinados.
Talvez esse momento tenha passado e esperamos que não volte jamais, porém esse conceito perdura com ou sem pandemia. Ensinar a ter responsabilidade com os outros membros da família, ter tempo, ter diálogo, ter atividades que contribua com o bem-estar de todos é primordial.
Em nenhum momento eu estou dizendo que é fácil, especialmente se estes jovens ficaram por muitos anos vivendo na ociosidade, mas que garante que outras ondas não virão ou outras pandemias aparecerão?
Outra coisa, os tempos mudaram e esse é um ensinamento que esses jovens deverão levar como repertório, para ser passado aos seus filhos no futuro.
Mas peraí, só os jovens que estão sendo objetificados nessa conversa?
Pois é, existem mães e pais que não tem experiência em casa tampouco.
Pais folgados que pensam que determinadas tarefas não são para eles precisam tomar o primeiro cartão amarelo, assim como as mães que nunca aprenderam a fazer algumas tarefas e estão perdendo a oportunidade de aprender a fazer.
Antes que você me mande prender, deixa eu explicar colocando o assunto no mundo corporativo.
Sabe aqueles chefes que gostam de mandar, mas não entendem do processo? Em primeiro lugar não deveriam estar como chefes. E digo chefe mesmo, pois se fosse líder faria o possível para aprender e aprender a liderar.
Pois bem, ninguém respeita quem só grita e só manda, mas não tem noção de como se faz, do tempo que leva, das dificuldades de se fazer,etc.
A palavra convence, mas o exemplo arrasta, diz o ditado.
Saber fazer e não precisar fazer é uma benção, mas existem momentos que o saber é importante, como sobrevivência e como exemplo de responsabilidade com os outros.
Sabe receber aquele elogio pelo purê, mas que era para ser arroz? Pois bem, não importa, pelo menos tentou e mostrou a sua responsabilidade.