Falamos em nosso papo anterior que o exemplo da família Doriana para o dia inteiro é só um conceito, muito difícil de ser alcançado na prática.
Vamos nos lembrar de um tempo longínquo, numa galáxia distante, onde todos trabalhavam fora, o dia inteiro e só retornavam para casa a noite.
Nessa fábula, cada um tinha a sua própria rotina, saía de casa cedo, passava seus perrengues durante o dia e quando chegava em casa procurava desligar os canais, escola, trabalho e se recolocar num ambiente diferente por poucas horas até dormir e recomeçar o ciclo no dia seguinte.
Dependendo do autoconhecimento e autocontrole de cada um, os momentos em casa poderiam ser de paz ou de discussões.
Isso significa que haveria sempre a opção de se ter um outro ambiente em que os problemas da noite seriam quase esquecidos, ou a noite onde os problemas do trabalho não estariam tão presentes.
Era um mundo que mesmo imperfeito, havia possibilidade de escape, onde pais davam telefones celulares e video games aos seus filhos para lhes darem paz e sossego. Se bem que reclamavam depois que os filhos não se importavam com mais nada no mundo a não ser seus eletrônicos.
Os maridos e esposas se conheciam por 5 ou 6 horas por dia, mesmo assim haviam discordâncias, intromissões de membros externos da família e se desse sorte ambos trabalhavam fora, fazendo concessões para manter o ambiente mais tranquilo.
Voltando para a Terra, apareceu uma pandemia que, se alguém falasse em 2019, seria considerado digno de ser internado.
Uma pandemia que botou de uma hora para outra todos os membros da família para dentro de casa, em confinamento bravo, 24 horas por dia, sem saidinha de dia das mães, dos pais ou das crianças.
Ninguém se conhecia, mas eram cheios de desejos, de problemas, de pontos de vista próprios, querendo, de preferência, que o outro mudasse.
Um Big Brother às avessas, onde muitos perderam a saúde, o emprego e os direitos.
Não tinham mais direitos e sim obrigações a cumprir, em nome de uma convivência civilizada dentro de um espaço confinado onde todos usavam, mas que se recusavam e no final, ninguém queria assumir a limpeza e a conservação.
Pais e mães que desciam o sarrafo na escola, quase ficaram carecas tendo que “apenas” acompanhar as tarefas dos filhos on-line. Onde tudo aquilo que batiam o pé que os filhos não faziam na escola, passaram a ser espectadores da veracidade dentro de casa, de camarote.
Sobre os casais, não vamos perder tempo explicando nada, somente dando números recentes.
De acordo com dados do Colégio Notarial do Brasil divulgados pelo jornal O Tempo, de janeiro a junho de 2021, foram 37.083 divórcios, um aumento de 24% em relação ao primeiro semestre do ano passado.
Quase que, de cada 4 casais, um não aguentou o baque de estarem juntos tanto tempo.
Mas ok, apontar problemas é fácil.
Qualquer um pode fazer isso.
O difícil é apontar soluções, mas para isso estamos aqui.
Seguem as nossas dicas para que as coisas sejam melhores com ou sem pandemia.
Uma lista de coisas a serem feitas no dia a dia, mas com calma por quem nunca praticou antes.
Dicas fáceis? Depende da tolerância, boa vontade e empenho da pessoa em chegar a Harmonia Familiar.
Respire fundo , olhe o próximo post e aproveite.